Araujo, Emanoel (Emanoel Alves de Araujo)

Emanoel Alves de Araújo (Santo Amaro da Purificação / BA, 15
de novembro de 1940), escultor, desenhista, gravador, cenógrafo, pintor,
curador e museólogo. Filho de pai cafuzo e mãe mestiça, Emanoel nasceu em uma
tradicional cidade baiana, cujo cenário o inspirou para a execução de algumas
de suas produções.
Descendente da terceira geração de grandes ourives, ainda novo foi aprendiz de
marceneiro do mestre Eufrásio Vargas; aos treze anos trabalhou em linotipia e
composição gráfica na Imprensa Oficial do Estado – experiência de grande
importância para o domínio da técnica e para a sensibilidade da expressão.
Mudou para Salvador com o intuito de cursar Arquitetura, mas suas constantes
visitas à exposições e museus fez com seus planos tomassem outro rumo. Foi
quando se matriculou na Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia,
onde teve aulas de gravura com o mestre Henrique Oswald, artista que por
admiração queria que Emanuel fosse seu substituto no ensino universitário.
Foi diretor do Museu de Arte da Bahia de 1981 a 1983.
Enquanto morava em São Paulo foi diretor da Pinacoteca do Estado (1992 a 2002),
recebeu menção honrosa especial da Associação Brasileira de Críticos de Arte
(1999), foi curador e diretor do Museu Afro-Brasil, do qual possuia obras de
sua coleção (2004) e assumiu o cargo de Secretário Municipal de Cultura, do
qual renunciou poucos meses depois (2005).
Em Brasília, foi membro convidado da Comissão dos Museus (1995) e do Conselho
Federal de Política Cultural (1996), instituídos pelo Ministério da Cultura.
No período de um ano – a convite do City College University of New York –
lecionou artes gráficas, desenho, escultura e gravura (onde desenvolveu
diversos modos para obter peças gravadas, utilizando superfícies de plástico
laminado e fórmica).
Realizou várias exposições individuais e coletivas por todo o Brasil, Europa, Estados Unidos e Japão. Como não podia deixar de ser, recebeu diversos
prêmios em todas as técnicas trabalhadas.
Para Emanuel suas raízes (descendente de criativos ourives), sua cidade natal
(região tipicamente baiana de infindáveis belezas naturais) e suas idéias de
representar o mundo à sua volta (seja sobre o passado ou sobre o presente como
a escravidão, a perda da terra para os colonizadores, a presença africana na
cultura brasileira e outros tantos fatores) foram de excepcional importância
para a execução de seus trabalhos.
As características de suas obras e sua constante aquisição de um vasto
conhecimento cultural fez com que suas obras obtivessem o calor e a
sensibilidade contidos na população brasileira que nem todos os estrangeiros ou
mesmo os próprios brasileiros vêem.
Araújo vem sendo considerado um extraordinário escultor. Suas obras
tridimensionais se destacam pelas grandes dimensões, pelos relevos e pela
formas integrantes nas edificações urbanas. Seu estilo – mesmo sendo único –
dialoga com movimentos artísticos de toda a história, mas sempre com ênfase nos
detalhes que descrevem e valorizam as características africanas.
Por amor à arte e à cultura, Emanuel Araújo liderou, uma gigantesca
reestruturação na Pinacoteca do Estado de São Paulo (um dos roteiros turísticos
culturais da cidade) nos anos 90, transformando o prédio num dos principais
museus do país, apto a receber grandes exposições nacionais e internacionais.
Agora a Pinacoteca possui dinamismo para maior acesso público; no entanto, essa
transformação não se limita apenas ao espaço físico do edifício, mas em seu
ideal. Além de um museu, a Pinacoteca é um lugar para quem procura nutrir a
mente e o espírito.
Retirado do site PinturaBrasileira.com